Até a invenção das válvulas ou pistões que
ocorreu entre 1814 e 1815, várias tentativas se fizeram
para aumentar as possibilidades da
trompa.
Para a
distinguir da trompa natural, chama-se também por vezes
trompa de pistões, cromática ou trompa de harmonia. Uma
característica essencial do tubo é, ser estreito e muito
longo (mais de 4 metros); é isto que permite a obtenção
de muitos harmônicos (até ao décimo-sexto). Na região
aguda é difícil controlar a nota produzida, pois a menor
imprecisão na conveniente articulação dos lábios dá
origem a uma nota errada ou destimbrada.
Na trompa cada nota pode ser obtida através de um
maior numero de posições diferentes que nos outros
metais. Assim, é fácil o executante livrar-se dos
harmônicos 7 e 11 ( indesejáveis, por a sua afinação não
corresponder exatamente à das notas que se pretende) e
obter as notas correspondentes com base no critério
formativo.
Ao
contrário de todos os outros instrumentos que tem
pistões, na trompa é com a mão esquerda que se atua
sobre eles, porque continua a ser preciso introduzir a
mão direita na campana para obter os sons bouchés e para segurar o instrumento.
A sua extensão e de quase quatro oitavas, de Sol
(-1) a Fa (4 ), embora
as quatro notas mais graves sejam difíceis de obter,
devendo ser evitadas pelos compositores em passagens
rápidas.
A
trompa está afinada em Fa, no entanto em muitas
partituras do século XIX as partes de trompas eram
escritas em clave de fa, uma oitava abaixo do que é
habitual (como se ela transpusesse à 4a
superior).
Para
emitir as notas da região aguda, convinha que existisse
uma trompa com o tubo mais curto: o modelo em Sib. Em 1935 apareceu no mercado o modelo
moderno de trompa, que funciona como trompa em Fa e como
trompa em Sib, alternadamente, sendo chamada trompa
de afinação dupla. Para isso é dotada de uma
4ª Válvula que corta a ligação de uma
certa extensão do tubo, fazendo com que o instrumento
passe a tocar uma quarta acima.
A
trompa apresenta um bocal cônico ou em forma de funil
mas sempre relativamente fundo, o que confere ao
instrumento um timbre aveludado.
Algumas
consistiam na substituição e adição de tubos de
diferentes comprimentos (roscas ou pontis) que
permitiam à trompa emitir outras séries de harmônicos.
Estes processos tinham o inconveniente do tempo
necessário para a mudança, que em muitos casos se
tornava impraticável no meio de uma peça
musical.
Em 1815
deu-se então a invenção dos pistões (que a trompa tem a
forma de válvulas rotativas) e mais tarde faz-se a já
referida trompa de afinação dupla (Sib e Fá), hoje a
mais usada nas orquestras.
A trompa natural continua ainda a ser usada, não
só para a interpretação de música antiga mas também pelo
seu extraordinário timbre, algo diferente do da trompa
atual. Prova do grande interesse que este instrumento
hoje desperta é o Concurso Internacional de Trompa
Natural que se realiza em Bad Hzarzburb, na
Alemanha. |