Pequena História da Trompa

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História da Trompa

História da Trompa

História da Trompa

Descrição e sinais históricos na construção

História  

Já entre os povos mais antigos ­– Etíopes, Hebreus, Gregos, Indianos - era usado instrumentos feito em chifres, madeira, caules e marfim, dos quais se originou a Trompa. Há muito de comum entre as Trompas e os Trompetes primitivos: tal como os Trompetes, também as primeiras Trompas se destinavam mais para fins mágicos e rituais do que à execução musical; também começaram por servir para amplificar e distorcer a voz, gritando ou falando através delas.Serviam para anunciar decretos e ajuntar as pessoas.

História da Trompa

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Lur

Da Idade do Bronze conhecem-se Trompas originárias do norte da Europa, chamadas lur (plural, lurer). Este nome,dinamarquês, é relativamente recente (data de 1797, quando o primeiro destes instrumentos foi encontrado numa escavação). Para além deste país, também na Suécia, costa oeste da Noruega, norte da Alemanha e Irlanda foram encontrados estes instrumentos.3

Estas trompas, que datam do período entre 1100 A.C. e 500 A.C., são feitas de bronze, com o tubo cônico alongado em forma de " S " mas com a segunda seção torcida em relação ao plano da primeira, e terminando não numa campana mas num disco plano ornamentado. Curiosamente, apresentam um bocal não destacável parecido com o do trombone tenor moderno.
 

História da Trompa

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História da Trompa

 

Estas duas trompas, usadas no tempo dos romanos, são freqüentemente confundidas ou apresentadas como sinônimos uma da outra, mas segundo Sibyl Marcuse as suas funções eram bem diferentes: o cornu era usado para fins militares (cerimonias fúnebres e outras) e também no circo (juntamente com o hydraulos); a buccina era usada pelos pastores, mas também servia para indicar as horas do dia à população.

O cornu tinha um longo tubo metálico (com cerca de três metros), de perfil estreito e cônico, com a forma da letra "G . Uma barra transversal de madeira servia para dar solidez ao instrumento, servindo simultaneamente de suporte. Em relação à buccina não existem elementos suficientes para identificar convenientemente a sua forma.

 

Idade Média: Cornus e Olidantes

Durante a Idade Média continuaram a usar-se para fins musicais os primitivos cornos de animais. Primeiro, sem bocal, depois com bocal como parte integrante do instrumento, e só mais tarde com bocal destacável.

Os bocais eram primitivamente em forma de taça e só mais tarde começaram a ser em forma de funil (cônicos). Convém notar que até ao séc. XVII os bocais das trompas e dos trompetes eram idênticos.

No séc. X começam a surgir cornos com orifícios laterais, permitindo a execução de melodias simples (ainda hoje os pastores escandinavos utilizam cornos com três orifícios). Uma parte dos instrumentos deste tipo continuaram naturalmente a existir sem orifícios, como é o caso do olifante.

O olifante, feito de uma presa de elefante, chegou ao Ocidente, vindo de Bizâncio, durante a Idade Média. De marfim, era ricamente esculpido e por vezes guarnecido a prata, tornando-se o símbolo da realeza. Continuou a usar-se da Renascença, até ao séc. XVII.

Renascença

Durante a Renascença a trompa aumenta de tamanho, e na sua construção são progressivamente abandonados os materiais de origem animal, começando-se a utilizar apenas metal, com o qual são ensaiadas diferentes formas e tipos de curvatura.

Mas as intervenções musicais de trompas e trompetes são muito limitadas devido à impossibilidade de tocar melodias em graus conjuntos. Só quando os tubos se tornam suficientemente longos e estreitos começa a ser possível produzir alguns harmônicos a partir do 7o e do 8o (zona em que os intervalos entre harmônicos começam a ser de um tom).

Por outro lado o desenvolvimento da trompa é mais tardio que o do trompete, devido à maior dificuldade em produzir tubos cônicos longos e estreitos.  

 

 

História da Trompa

 

História da Trompa

 

É na Segunda metade do séc. XVII que a chamada trompa de caça se transforma num verdadeiro instrumento musical: trompa natural.

Há por esta altura uma enorme confusão de nomenclatura, que se deve também ao aparecimento da designação trompa francesa.

A trompa de caça é descrita nas suas várias formas por Mersenne em 1636, e ao longo de aproximadamente um século ela vai-se transformar na trompa natural. Durante este processo verificam-se as seguintes alterações:

  • O tubo torna-se mais comprido e estreito.

  • O perfil do tubo, de puramente cônico, passa a ser em parte cilíndrico e em parte cônico.

  • A campana expande-se muito mais.

  • O bocal passa da forma de taça à forma de funil.

As conseqüências destas transformações são uma alteração do timbre e a possibilidade de emitir até ao décimo-sexto harmônico e já não apenas até ao oitavo.

A partir de 1740 o trompista Anton Joseph Hampel de Dresden, desenvolveu a técnica de introduzir a mão na campana (como uma espécie de surdina e também para corrigir a afinação), experimentando igualmente o uso de surdinas. Esta inovação, juntamente com a adoção do novo tipo de bocal, veio permitir o uso regular da trompa na orquestra.

 

História da Trompa

(Trompa orquestral, como ilustrado em Georges Kastner, Manual de Général Musique Militaire (Paris: Didot Frères, 1848). 

 

Até a invenção das válvulas ou pistões que ocorreu entre 1814 e 1815, várias tentativas se fizeram para aumentar as possibilidades da trompa. 

Para a distinguir da trompa natural, chama-se também por vezes trompa de pistões, cromática ou trompa de harmonia. Uma característica essencial do tubo é, ser estreito e muito longo (mais de 4 metros); é isto que permite a obtenção de muitos harmônicos (até ao décimo-sexto). Na região aguda é difícil controlar a nota produzida, pois a menor imprecisão na conveniente articulação dos lábios dá origem a uma nota errada ou destimbrada.

Na trompa cada nota pode ser obtida através de um maior numero de posições diferentes que nos outros metais. Assim, é fácil o executante livrar-se dos harmônicos 7 e 11 ( indesejáveis, por a sua afinação não corresponder exatamente à das notas que se pretende) e obter as notas correspondentes com base no critério formativo.

Ao contrário de todos os outros instrumentos que tem pistões, na trompa é com a mão esquerda que se atua sobre eles, porque continua a ser preciso introduzir a mão direita na campana para obter os sons bouchés e para segurar o instrumento.

A sua extensão e de quase quatro oitavas, de Sol (-1) a Fa (4 ), embora as quatro notas mais graves sejam difíceis de obter, devendo ser evitadas pelos compositores em passagens rápidas.

Extensão da Trompa

A trompa está afinada em Fa, no entanto em muitas partituras do século XIX as partes de trompas eram escritas em clave de fa, uma oitava abaixo do que é habitual (como se ela transpusesse à 4a superior).

Para emitir as notas da região aguda, convinha que existisse uma trompa com o tubo mais curto: o modelo em Sib. Em 1935 apareceu no mercado o modelo moderno de trompa, que funciona como trompa em Fa e como trompa em Sib, alternadamente, sendo chamada trompa de afinação dupla. Para isso é dotada de uma 4ª Válvula  que corta a ligação de uma certa extensão do tubo, fazendo com que o instrumento passe a tocar uma quarta acima.

A trompa apresenta um bocal cônico ou em forma de funil mas sempre relativamente fundo, o que confere ao instrumento um timbre aveludado.  

Algumas consistiam na substituição e adição de tubos de diferentes comprimentos (roscas ou pontis) que permitiam à trompa emitir outras séries de harmônicos. Estes processos tinham o inconveniente do tempo necessário para a mudança, que em muitos casos se tornava impraticável no meio de uma peça musical.

Em 1815 deu-se então a invenção dos pistões (que a trompa tem a forma de válvulas rotativas) e mais tarde faz-se a já referida trompa de afinação dupla (Sib e Fá), hoje a mais usada nas orquestras.

A trompa natural continua ainda a ser usada, não só para a interpretação de música antiga mas também pelo seu extraordinário timbre, algo diferente do da trompa atual. Prova do grande interesse que este instrumento hoje desperta é o Concurso Internacional de Trompa Natural que se realiza em Bad Hzarzburb, na Alemanha.

 

A trompa pode usar uma surdina em forma de pêra e que pode ser de metal, madeira ou cartão permitindo obter um timbre diferente. Para indicar a sua utilização usa-se as mesmas expressões que para cordofones: com sordino para a colocar, senza sordino para a retirar.

Na trompa natural o instrumentista intrduzia a mão na campana, tapando-a em aproximadamente ¼, ½ ou ¾ da sua área, de modo a obetr sons fora da série dos harmônicos. Mas tapando com a mão obtém-se os chamados sons bouchés (stopped em inglês, gestopft em alemão, chiusi em italiano). Estes têm uma sonoridade muito diferente.

Hoje os sons bouchés são usados unicamente para obter esse timbre diferente. O sinal " + " sobre a nota significa bouché, enquanto que "o" significa aberto. Numa célebre passagem do Capricho Espanhol de Rimsky Korsakov aparece a mesma frase primeiro em sons abertos e seguidamente em sons bouchés.

A aplicação do som bouché é também útil quando se pretende fazer passar uma nota de sforzando a piano. Por outro lado, a introdução da mão na campana tem também por fim a correção da afinação, uma vez que por este meio se consegue baixar até meio-tom.

Outro efeito sonoro da trompa é o som cuivré, que se obtém com uma tensão maior que a normal e um sopro muito forte. Isto origina a vibração do metal, produzindo assim um som muito característico . Esta técnica pode ser utilizada em sons normais (abertos), em sons bouchés e com surdina. O uso é indicado pelo sinal " ^ " sobre as notas, acompanhado da palavra cuivré no início da passagem. Os sons cuivré são de grande efeito dramático.

Finalmente, há compositores que exigem que a trompa se toque com a campana voltada para cima (inglês; bells up; Francês; pavillons een láir; alemão Schalltriether auf). Isto pode acontecer em passagens em que o compositor pretende um som muito forte, violento até.

Em relação à sonoridade da trompa convém salientar que ela é o único instrumento tratado como uma madeira e como um metal; na escrita para orquestra ela é associada principalmente aos metais, mas também às madeiras, com as quais liga perfeitamente; na música de câmara a trompa é membro permanente do quinteto de sopro, juntamente com a flauta, o oboé, o clarinete e o fagote. Além disso, a trompa resulta muito bem em combinações instrumentais bastante diversas; por isso, ela tem um status único entre os instrumentos da orquestra.

 

A primeira intervenção da trompa na orquestra é uma fanfarra da ópera Le Nozze de Tito e Pelei de Pier Francesco Cavalli, executada em 1635 em Veneza. Trinta anos mais tarde, Jean-Baptiste Lully usa trompa (cos de chasse) no seu divertimento La Princesse d’Élide, também em fanfarras.

Do repertório solista com orquestra salientam-se:

- Benjamin Britten, Serenata para Tenor, Trompa e Cordas.

  • Joseph Haydn, 2 Concertos.

  • Paul Hindemith, Concerto.

  • Wolfgang Amadeus Mozart, 4 Concertos.

  • Thea Musgrave, Concerto.

  • Robert Schumann, Concerto para 4 Trompas.

  • Richard Strauss, 2 Concertos.

  • Antonio Vivaldi, Concerto para 2 Trompas.

  • Carl Maria von Weber, Concertino.

Para trompa e piano:

  • Ludwing van Beethoven, Sonata Op. 17.

  • Paul Dukas, Villanelle.

  • Paul Hindemith, Sonata.

  • Francis Poulene, Ëlégie.

  • Roberto Schumann, Adagio e Alegro Op.70.

Em agrupamentos:

  • Ludwing van Beethoven, Sexteto para 2 Trompas e Cordas.

  • Johannes Brahms, Trio para Trompa, Violino e Piano (em que o autor escreve a parte da trompa como se fosse para trompa natural).

  • Joseph Haydn, Trio para Trompa, Violino e Violoncelo.

  • Paul Hindemith, Sonata para 4 Trompas, Concerto para Metais e Cordas.

  • Wolfgang Amadeus Mozart, Quinteto para Trompa, Violino, 2 Violas e Violoncelo.

  • Alexander Tcherepnine, Suite para 4 Trompas.

Além deste repertório há ainda numerosos quintetos – pois como já se disse a trompa faz parte do quinteto de sopro, para o qual há inúmeras peças escritas.  

 

Curiosidades 

"Horn" em vários Idiomas

Mexicano

el corno

Espanhol

la trompa

Alemão

Das Horn

Das Natur Horn

Wald Horn (valveless horn)

Italiano

Il Corno

Francês

Le Cor

Dinamarquês

horn

waldhorn

signalhorn

Sueco

horn

valthorn

Holandês

hoorn

waldhoorn

claxon

toeter

Tcheco

lesni'roh

Polonês

rog

Húngaro

vadaszkürt

Português

Trompa

Africano

horing

Esperanto

korno

Russo

Valtorna

Sites de referência:

http://www.hornquartet.com/
http://www.hornplayer.net/index.ihtml
http://www.hornplanet.com/
http://www.hornsociety.org/
http://www.paxman.co.uk/
http://boerger.org/horn/
http://www.geocities.com/Vienna/Choir/3731/horn.html