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Conselheiro de três reis da França -- Henrique II, Francisco II e Carlos IX -- e homem de confiança da rainha Catarina de Médicis, Michel de Nostredame, mais conhecido como Nostradamus, foi certamente uma figura excepcional. Formou-se em Medicina, mas dedicou muito de seu tempo à astrologia, à alquimia, à teologia e à literatura. Nasceu na cidade de Saint-Rémy, na França em 14-12-1503.
Ainda bem jovem, depois de aprender latim, grego, hebraico, matemática e astrologia com seu avô materno, Michel matriculou-se na Escola de Medicina da Universidade de Montpellier. Em 1525, com 22 anos, começa sua carreira de médico, fica quatro anos em Bordeaux onde combate uma epidemia de peste em condições muito precárias. Fixa-se depois em Agen, onde se casa e tem dois filhos.
Mas a peste não respeita ninguém, e é assim que Nostradamus fica sem família. Passa algum tempo viajando pela Itália e depois volta para Provença, sua cidade natal, para descansar e recuperar-se. Lá combate a peste de 1546.
Sua parada seguinte foi a cidade de Salon-de-Craux, onde se casa novamente com uma viúva, Ana Gemella, e tem seis filhos. O primeiro deles é Cesar, ao qual mais tarde dedicaria as primeiras Centúrias. É nessa época que começa a escrever sua Centurias e outras mensagens proféticas - mas, receoso de incorrer em desagrado e perseguições, prefere adiar sua publicação.
Seu desejo de vê-las conhecidas, porém, é mais forte. Manda-as então para a impressão e, em breve tempo, suas profecias se tornam famosas. O rei Henrique II da França convida-o a fazer parte de seus conselheiros em 1566. Com a morte de Henrique II em 1559 (prevista na Centúria I-35) continua como conselheiro de Francisco II e depois com Carlos IX.
É o período em que a estrela de Nostradamus brilha com mais força. Sua fama de médico e adivinho ultrapassa as fronteiras da França; de todos os cantos da Europa chegam celebridades para conversar com ele.
A saúde de Nostradamus, entretanto, não acompanha todo esse brilho. Já havia alguns anos ele sofria de artrite e gota. Em meados de 1566, sofre um forte ataque de hidropisia (acúmulo de líquido nos tecidos). No dia 1º de julho chama um criado e pede-lhe para arrumar o quarto, "pois não estaria mais vivo ao alvorecer do dia seguinte". E assim foi.
Nostradamus morreu em 02 de julho de 1566, sendo sepultado de pé (para que ninguém pisasse nos seus ossos) numa das paredes da igreja dos Cordeliers, em Salon.
Alguns anos antes ele fizera uma profecia que o tocava de forma particular: a sua própria morte (Presságio 141). Foi enterrado rigorosamente de acordo com os preparativos que ele próprio organizou. Junto a seu corpo pediu que fosse colocada secretamente uma placa de metal com uma determinada data.
Uma das lendas sobre Nostradamus dizia que todo aquele que bebesse utilizando a caveira de Nostradamus como se fosse um copo conquistaria a capacidade de também predizer o futuro. Porém essa mesma lenda dizia que essa conquista duraria poucos segundos, pois seu autor, em seguida, tombaria fulminado pela morte.
Em maio de 1791, durante a Revolução Francesa, o túmulo de Nostradamus foi aberto por soldados bêbados. Ao abrir o caixão ficaram espantados com a placa que lá estava, que dizia: "Maio, 1791". Um dos soldados desafiou a lenda e tomou vinho no crânio de Nostradamus, e foi atingido por uma bala perdida, morrendo instantaneamente. Seus restos foram então reenterrados em outra igreja de Salon, a igreja de São Lourenço, onde permanecem até hoje.
As centúrias de Nostradamus foram escritas em linguagem bastante hermética. Ele conhecia com perfeição as línguas clássicas. Utilizou esses conhecimentos para apresentar suas mensagens proféticas de forma acessível a poucas pessoas. Lançou mão também de alguns truques - como a inversão de letras, sua substituição por outras, anagramas e alcunhas - dificultando o entendimento de sua obra pelos estudiosos.
No total, as Centúrias são doze, três delas estão incompletas, as de número 7, 11 e 12. Às Centúrias devem ser acrescentados os Presságios, escritos entre 1550 e 1566 e as outras profecias, encontradas parte em cartas enviadas aos reis e outras personalidades com as quais Nostradamus tinha contato.