SITES DESAJEITADOS DA INTERNET
RECEBEM UM TRATAMENTO SOCIOLÓGICO

Os desenvolvedores de páginas na Internet estão procurando tornar seus sites mais amigáveis aos usuários por meio da contratação de funcionários com formação em ciências sociais e humanas.

Segundo os especialistas, a maioria dos sites da Internet são de dificil utilização para as pessoas comuns. Muitos desenvolvedores de sites não compreendem o comportamento de seus usuários, inclusive o porquê destes usuários frequentemente deixarem os sites logo depois de os terem acessado.

Uma técnica que é empregada pela Modem Media é a da interpretação de um papel, desta forma seus próprios funcionários fingem ser usuários, através da incorporação de um determinado perfil, com o objetivo de se compreender como funciona o relacionamento destes usuários com um determinado site da Internet. A Modem Media pretende contratar psicólogos e antropólogos com a intenção de expandir seus esforços para compreender o comportamento dos usuários.

Enquanto isso, a Sapient anunciou no mês passado que planeja comprar a E-Lab em virtude dos conhecimentos que esta dispõe a respeito dos "padroes de comportamento que explicam e direcionam a natureza do relacionamento site-usuário". Entretanto, o especialista em navegabilidade de sites da Internet, Jakob Nielsen, ressalta que os cientistas sociais não são a resposta e acrescenta que, ao invés disso, as companhias deveriam se concentrar na realização de testes de navegabilidade com os próprios consumidores.


Estado de São Paulo, 20/01/00 – São Paulo – SP
Chico Araújo, Especial para o Estado

BRASÍLIA - O governo lançou ontem o programa Universidade Virtual Pública do Brasil (Unirede), um consórcio de 47 universidades brasileiras que vai garantir o acesso de mais de 100 mil alunos ao ensino superior a distância até 2001. Por meio do programa, o aluno poderá fazer curso superior via Internet. A Unirede foi lançada ontem pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, em encontro com uma comitiva de reitores de universidades brasileiras.

A Unirede utilizará recursos de áudio, vídeo, teleconferência e videoconferência para levar o ensino superior a todas as regiões do País. Sardenberg explicou que o governo deve investir R$ 3,5 bilhões em quatro anos no projeto. Segundo ele, parte desses recursos viria de um fundo do Ministério das Comunicações. "Esse projeto terá um grande impacto nacional, por envolver todas a universidades", avalia o ministro. Ele reconhece ainda que a Universidade Virtual servirá de elo para a aproximação entre o setor universitário e a sociedade.

Sardenberg disse que a Universidade Virtual integrará todas universidades brasileiras por meio de uma rede eletrônica, que utilizará a Rede Nacional de Pesquisa (RNP) e infovias de comunicação via satélite. De acordo com o ministro, a Unirede será um instrumento indispensável para melhorar o ensino brasileiro e para tirar o Brasil do atual atraso tecnológico.

O projeto lançado por Sardenberg foi inspirado numa iniciativa da Universidade de Brasília (UnB), que criou em 1998 a Universidade Virtual do Centro-Oeste. A experiência da UnB reúne sete instituições de ensino superior da região. "Até o fim do próximo ano, teremos atendido mais de 25 mil alunos", diz o reitor da UnB, Lauro Morhy. Para ele, a decisão de Sardenberg "é muito positiva".

Segundo o ministro, o consórcio Unirede permitirá melhor aproveitamento do potencial das universidades no atendimento da demanda de ensino superior em nível de graduação, pós-graduação, extensão e educação continuada. "Além de incorporar mais gente ao processo de ensino, a Universidade Virtual contribuirá para a melhoria do ensino a partir da introdução dos recursos tecnológicos disponíveis", afirma.

Cada universidade será dotada de infra-estrutura de conexão, comunicação, provedores de acesso, desenvolvimento e treinamento, linhas de comunicação e pessoal de suporte. Sardenberg entende que a Unirede, além de melhorar a articulação entre as universidades, vai aumentar a capacidade brasileira de competir internacionalmente.

Para isso, o Ministério da Ciência e Tecnologia vai ampliar a capacidade da Rede Nacional de Pesquisa. O ministro também anunciou que o projeto vai beneficiar no futuro áreas como a saúde, agropecuária, turismo e serviços de informação.