INFLAÇÃO ADMINISTRADA: tabelamento dos preços realizado pelos cartéis e monopólios dos produtos por eles comercializados, com o fim de garantir uma lucratividade mínima satisfatória aos acionistas, independentemente das oscilações da oferta e da procura verificadas no mercado. O industrial brasileiro Kurt Mirow, em seu livro "A Ditadura dos Cartéis" (119, p.25), mostra como a inflação pode ser administrada internacionalmente:

A análise detalhada de documentos da International Electrical Association mostra que o cartel da indústria elétrica, a exemplo de tantos outros, fixa níveis de preços especiais para todos os países. Das listas de acordos constam alguns países da América Latina, Finlândia, Nova Zelândia, África do Sul e Nigéria, em que o nível de preços acordado baixou até 60,6% do preço de referência estabelecido, enquanto que Hong-Kong e alguns países do Oriente Médio, cujo futuro político é incerto, pagariam até 232,2% do preço de referência básico, como uma forma de prêmio de seguro, cobrindo os investimentos em anos de risco político maior.

Níveis de preços, país por país, são fixados também por outros cartéis, como o cartel do aço, fertilizantes, fibras sintéticas etc. Países em desenvolvimento pagam normalmente preços mais elevados, conforme constataram Glismann, da Universidade de Kiel, e Muller, Ronald, Barnete Richard em "Poder Global" (247) .

A utilização de níveis de preços inflacionários acordados, visando à desestabilização de regimes políticos que se opõem aos anseios do grande capital internacional, organizados sob a forma de rígidos cartéis, jamais foi analisada cientificamente.

De todos os cartéis existentes, o mais conhecido é a OPEP: Organização dos Países Exportadores de Petróleo, co-responsável por uma das maiores crises que o mundo capitalista já conheceu.