CHOQUE: aplicação de medidas econômicas de grande amplitude e rapidamente, em oposição ao gradualismo, onde são introduzidas lenta e progressivamente (32).

O choque ortodoxo (ou monetarista) corresponde à eliminação do déficit público (corte de subsídios e investimentos governamentais, dispensa em massa de funcionários públicos e de estatais), diminuição dos investimentos privados (obsoletando as empresas), baixa emissão de moeda (estrangulando a economia), aumento das taxas de juros (falindo as indústrias e incrementando o lucro dos Bancos), maxidesvalorizações do câmbio (empobrecendo o país, que terá os preços em dólares de seus produtos exportados aviltados e pagando mais caro pelas importações) etc.

O choque heterodoxo (ou institucionalista), ao contrário, consiste em congelar, em um "dia D" (previamente escolhido, quando a economia se encontra em situação de relativa estabilidade), todos os preços, salários e rendas no nível em que se encontram nesse dia (talvez com pequenos ajustes) e reformar a moeda, extinguindo a antiga (de peso para austral, de cruzeiro para cruzado etc.). Esse choque foi aplicado em Israel, Argentina e Brasil (223).

O gradualismo heterodoxo (Pactos Sociais) é mais aconselhável quando a inflação se encontra em níveis baixos (uns 20% a/a), enquanto que o tratamento de choque é necessário quando a inflação fica fora de controle, caminhando para a hiperinflação.

O gradualismo ortodoxo é o que vinha sendo utilizado no Brasil desde os tempos do Império.