BOICOTE: supressão ou diminuição da oferta ou da procura por determinado bem ou serviço, como forma de pressão para se conseguir algum benefício. Exemplos:

Em fins da década de 70 os produtores de óleo de soja exigiram do CIP (Comissão Interministerial de Preços) autorização para um aumento de preços de 35 %. Como o CIP concedeu-lhes apenas15%, esconderam a mercadoria, suspendendo a entrega de óleo aos varejistas. Com o desaparecimento do produto no mercado, o CIP acabou por concordar com os 35%, voltando tudo à normalidade.

Nos EUA, os telespectadores boicotaram as empresas que patrocinavam programas que exploravam o sexo e a violência na TV.

Em 1984, o supermercado Carrefour sofreu um boicote de seus fornecedores, por pressão da Associação dos Supermercados, para que não continuasse a vender seus produtos a preços abaixo de seus concorrentes (193).

Em 1985, os pecuaristas boicotaram os consumidores, não abatendo seu gado e gerando falta de carne nos açougues para, com isso, forçar o aumento de seus preços (e de seus lucros), tentando desestabilizar o Plano Cruzado com essa manobra especulativa.

Em 2002, agências de publicidade boicotaram uma licitação, no Rio:

A conta que ninguém quis
Gazeta Mercantil, 17-jul-2002, p.1

São Paulo - Agências brigam com shoppings. A desistência de três agências de publicidade de participar de concorrência no Rio com remuneração abaixo do fixado pelo Conselho Executivo de Normas Padrão (Cenp), que reúne agências, veículos e os próprios anunciantes, agitou o setor desde a noite de segunda-feira e só na tarde de ontem o final feliz foi anunciado.

A concorrência foi aberta por um pool de shoppings do Rio para a campanha de liquidação de inverno. Em caso de concorrência, a remuneração varia de acordo com a verba publicitária envolvida na campanha. Sem informar o valor, os publicitários dizem que o oferecido pelos shoppings estaria bem abaixo do determinado pelo Cenp. Diante disso, pelo menos três agências desistiram de participar da disputa - Ogilvy Brasil e as cariocas Artplan e V&S.

O presidente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap), Sérgio Amado, que também preside a Ogilvy, diz que a desistência das agências não foi uma ação planejada de boicote à proposta.

"Cada agência tomou, isoladamente, a decisão de não participar", diz Amado. No final da tarde de ontem, a Abap divulgou nota informando que os shoppings voltaram atrás e concordaram em seguir a remuneração definida pelo Cenp. As agências voltarão à concorrência.