APÊNDICE 8

VALOR DOS SALÁRIOS MÍNIMOS

A análise do gráfico nos leva a algumas conclusões:

• O governo do gen. Dutra se caracterizou por um contínuo abaixamento salarial real.
• O menor salário real jamais pago foi de Cr$ 73.000 em dez-51, no início do governo Getulio. Entretanto, acabou por aumentá-lo, chegando a Cr$ 261.000, logo após seu suicídio, em 1954.
• O maior salário jamais pago foi Cr$ 296.000, em fins do governo Kubitschek (1960), fase da industrialização do Brasil.
• Durante os "governos populistas", de 1950 a 1961 (excluído João Goulart), os salários sofreram contínuas elevações, indo de Cr$ 73.000 para Cr$ 296.000, ou um aumento de quatro vezes.
• Durante o governo Goulart, os salários baixaram de Cr$ 289.000 para Cr$ 164.000, ou 1,8 vezes.
• Os governos militares pós-64 mantiveram os salários próximos ao nível que encontraram ao chegar, isto é, em torno de Cr$ 165.000.
• O governo Figueiredo elevou o salário de Cr$ 190.000 para Cr$ 207.000, o mais alto desde 1962, mas, ao sair, deixou-o em Cr$ 167.000, o mais baixo desde 1963.
• A inflação subiu mais quando os salários mais baixaram, de 1961 a 1964, o mesmo fenômeno se repetindo em 1981-1984.
• A partir daí, os salários foram se reduzindo até chegar aos mais baixos níveis desde 1945. Ao mesmo tempo, a inflação subiu aos mais altos níveis desde 1945. Esses fatos derrubam duas teses econômicas: (1) Baixando os salários a inflação também baixa; (2) A causa da inflação são os aumentos salariais.
• Em Reais Constantes de 1996, tivemos quatro grandes patamares salariais, desde 1945: (1) Fase de Industrialização, a R$ 200 por mês. (2) Populismo, a R$ 500. (3) Regime militar, a R$ 300. (4) Redemocratização, a R$ 100.