Trompa Francesa
(French Horn)

A trompa pode usar uma surdina em forma de pêra e que pode ser de metal, madeira ou cartão permitindo obter um timbre diferente. Para indicar a sua utilização usa-se as mesmas expressões que para cordofones: com sordino para a colocar, senza sordino para a retirar.

 

Na trompa natural o instrumentista intrduzia a mão na campana, tapando-a em aproximadamente ¼, ½ ou ¾ da sua área, de modo a obetr sons fora da série dos harmônicos. Mas tapando com a mão obtém-se os chamados sons bouchés (stopped em inglês, gestopft em alemão, chiusi em italiano). Estes têm uma sonoridade muito diferente.

 

Hoje os sons bouchés são usados unicamente para obter esse timbre diferente. O sinal " + " sobre a nota significa bouché, enquanto que "o" significa aberto. Numa célebre passagem do Capricho Espanhol de Rimsky Korsakov aparece a mesma frase primeiro em sons abertos e seguidamente em sons bouchés.

 

A aplicação do som bouché é também útil quando se pretende fazer passar uma nota de sforzando a piano. Por outro lado, a introdução da mão na campana tem também por fim a correção da afinação, uma vez que por este meio se consegue baixar até meio-tom.

Outro efeito sonoro da trompa é o som cuivré, que se obtém com uma tensão maior que a normal e um sopro muito forte. Isto origina a vibração do metal, produzindo assim um som muito característico . Esta técnica pode ser utilizada em sons normais (abertos), em sons bouchés e com surdina. O uso é indicado pelo sinal " ^ " sobre as notas, acompanhado da palavra cuivré no início da passagem. Os sons cuivré são de grande efeito dramático.

 

Finalmente, há compositores que exigem que a trompa se toque com a campana voltada para cima (inglês; bells up; Francês; pavillons een láir; alemão Schalltriether auf). Isto pode acontecer em passagens em que o compositor pretende um som muito forte, violento até.

 

Em relação à sonoridade da trompa convém salientar que ela é o único instrumento tratado como uma madeira e como um metal; na escrita para orquestra ela é associada principalmente aos metais, mas também às madeiras, com as quais liga perfeitamente; na música de câmara a trompa é membro permanente do quinteto de sopro, juntamente com a flauta, o oboé, o clarinete e o fagote. Além disso, a trompa resulta muito bem em combinações instrumentais bastante diversas; por isso, ela tem um status único entre os instrumentos da orquestra.

 

Repertório

A primeira intervenção da trompa na orquestra é uma fanfarra da ópera Le Nozze de Tito e Pelei de Pier Francesco Cavalli, executada em 1635 em Veneza. Trinta anos mais tarde, Jean-Baptiste Lully usa trompa (cos de chasse) no seu divertimento La Princesse d’Élide, também em fanfarras.

 

Do repertório solista com orquestra salientam-se:

Para trompa e piano:

Em agrupamentos:

Além deste repertório há ainda numerosos quintetos – pois como já se disse a trompa faz parte do quinteto de sopro, para o qual há inúmeras peças escritas.

http://planeta.terra.com.br/arte/emerickhorn/index.htm

Som do Instrumento
Concerto para Trompa Francesa, Mozart, K. 447