O DESATRE DO PETRÓLEO NO OCIDENTE
Com a invenção dos motores a gasolina e a óleo diesel, no inicio do século 20, a economia ficou cada vez mais dependente do petróleo, importado dos paises árabes (que possuem as maiores reservas do mundo).
Aproveitando-se dessa dependência, o cartel da OPEP (Organização dos Paises Exportadores de Petróleo), que controla o petróleo árabe, resolveu aumentar, em 1973 e em 1979, o preço desse combustivel, de US$ 2 o barril em 1970, para US$ 33 em 1980. Em 04-abr-2005 o barril já estava em US$ 52.93 (um barril de petróleo vale 159 litros, correspondendo a um preço de US$ 0.33 por litro nesse dia). O aumento súbito do preço em 1973 foi chamado de "o primeiro choque do petróleo". Em 1979 surgiu o segundo choque.
Com o preço aumentando 16,5 vezes na década de 70, o presidente Reagan dos EUA decidiu em 1980 colocar o mundo em recessão, reduzindo assim o crescimento econômico e o consumo de petróleo, como forma de defender as rendas dos paises importadores. Mas, em contrapartida, acabou por gerar um desemprego mundial que permanece até hoje, pois diminuindo a atividade econômica menos postos de trabalho existirão.
O gráfico abaixo mostra claramente esse encolhimento da economia brasileira (semelhante ao que tem ocorrido no resto do mundo).
A solução definitiva para a enorme drenagem de dinheiro do ocidente para os paises árabes é uma mudança tecnológica. Os engenheiros já estão testando o carro movido a água (hidrogênio liquido queimado pelo motor). Desse modo, o petróleo poderá ser usado para fins mais nobres, como produção de fertilizantes, plásticos etc., ao invés de ser queimado pelos motores de combustão interna, que poluem o ar e envenenam o meio ambiente global.
No entanto, enquanto essa solução não chega ao mercado, os EUA vão tentando controlar as fontes dessa matéria prima, como no Kuwait e no Iraque.
Consumo mundial de energia crescerá 71% até 2030
Valor Econômico e Agências internacionais
21jun2006
O governo americano revisou para cima sua projeção dos preços mundiais de
petróleo para as próximas duas décadas, em decorrência de uma forte demanda dos
países em desenvolvimento e do fato de as nações ricas em petróleo investirem
menos em capacidade de produção. Apesar disso, o robusto crescimento econômico
levará a uma alta de 71% do consumo mundial de energia entre 2003 e 2030,
segundo projeções da Administração de Informações de Energia (EIA, em inglês),
divulgadas em seu relatório anual sobre energia.
Com uma maior demanda da Ásia, América Latina, África e Oriente Médio, a agência
de estatísticas do Departamento de Energia dos EUA acredita que o consumo total
de energia no mundo crescerá de 421 quatrilhões de BTUs em 2003 para 722
quatrilhões de BTUs em 2030.
Esse cenário será impulsionado sobretudo pelo consumo no setor industrial, sendo
que a menor projeção de crescimento da demanda de energia deverá ocorrer no
setor de transportes, de acordo com a previsão da EIA.
A agência vê a existência de fontes de energia adequadas no mundo para fazer
frente à demanda, e prevê que a participação do petróleo na matriz energética
mundial cairá de 38% em 2003 para 33% em 2030, na medida que os preços da
commodity continuem altos.
Segundo a agência, os preços do petróleo em 2025 serão 35% mais altos que a
projeção do órgão feita no ano passado. A expectativa é de que o barril subirá
de US$ 41 em 2004 para US$ 57 em 2030. A revisão se deve às expectativas de que
os produtores de petróleo investirão menos na capacidade de produção, na medida
em que a economia global parece ser capaz de absorver preços mais altos do
barril.
Mas o petróleo continuará a ser a maior fonte de energia no período - a demanda
deverá subir dos atuais 85 milhões de barris/dia para 118 milhões de barris/dia.
Mais da metade desse crescimento virá dos EUA, China e Índia, cujas economias
necessitam de mais energia para manter as taxas atuais de crescimento. No mesmo
período, a participação do carvão crescerá de 24% para 27%; do gás natural de
24% para 26% e dos combustíveis renováveis de 8% para 9%.
Muitas nações também deverão construir novas usinas nucleares, o que acarretará
em maior influência dessa fonte de energia. Para a EIA, a geração de energia
nuclear subirá de 2,523 bilhões de KWh em 2003 para 3,299 bilhões de KWh em
2030.
Quando observado o crescimento do consumo de energia por região, os EUA lideram
a guinada, passando dos 118 quatrilhões de BTUs registrados em 2003 para 166
quatrilhões de BTUs em 2030. Na Europa, a variação é de 78 quatrilhões de BTUs
para 94 quatrilhões de BTUs; Ásia passará de 37 quatrilhões de BTUs para 48
quatrilhões de BTUS e a América do Sul de 21 quatrilhões de BTUs para 46
quatrilhões de BTUs.
Para atender ao apetite por energia do mundo, o setor deverá contar com peso
cada vez maior das chamadas fontes não convencionais, como a conversão de carvão
e gás natural em diesel e outros combustíveis. A produção desses produtos deverá
subir para 11,5 milhões de barris por dia, em relação ao 1,8 milhão de barris
por dia registrado nos dias de hoje.
Leia mais sobre o assunto no site :
www.eia.doe.gov/oiaf/ieo/world.html
Daqui a 30 anos haverá uma enorme quantitade de petróleo -- e nenhum comprador. O petróleo vai ficar na terra. A Idade da Pedra chegou ao fim, não por falta de pedras, e a Idade do Petróleo terminará, não por inexistir petróleo. A tecnologia das baterias de combustivel estará surgindo antes do fim dessa década e cortará o consumo de gasolina em quase 100%. Do lado da produção, é fácil encontrar petróleo e distribui-lo, mas do lado da demanda existem muitas tecnologias novas, especialmente quando se trata de automóveis.
Sheik Zaki Yamani, Ministro do Petróleo da Arábia Saudita (divulgado em jun-2000), em "Winning the Oil Endgame", Rocky Mountain Institute, 1a. edição, março de 2005 www.rmi.org http://www.oilendgame.org/