SIMULAÇÃO  DA  MEGASENA

por A.C.Mattos

Após 50 milhões de sorteios, simulados em computador, mas usando números verdadeiramente aleatórios (obtidos de Laboratórios de Física), continuam existindo números que saem muito pouco (como 25 e 52) e outros muitas vezes sorteados (como 31, 32, 40 e 41), mostrando não ser verdadeira a crença geral de que, após muitos sorteios, a frequência de ocorrência de cada dezena vai tendendo para 1.67% (ou 1/60), que é a sua probabilidade.

 

De fato, poucos números seguiram essa regra, como 8, 15, 35, 46 e 55 (encontram-se próximos ao eixo horizontal). Embora esse mito seja muito divulgado nas escolas, não deve ser levado a sério. Com efeito, como se nota no gráfico, as ocorrências continuam acontecendo caoticamente, sem qualquer regra lógica. Essa é apenas uma das características dos jogos de azar, explorados pela Caixa Econômica Federal, como a MegaSena.

 

 

Abaixo, segue exemplo de outra simulação feita, usando agora valores absolutos.

 

Observação:

O grande estatístico e matemático William Feller já havia chamado a atenção para essa eterna caoticidade ("random walk") em seu livro "An Introduction to Probability Theory and its Applications" (Wiley, 1968, p. 87), quando analisava tais fenômenos, chegando a conclusões semelhantes às aqui mostradas. Segundo suas próprias palavras, "Isto parece um absurdo" (p. 88).

 

O mundo real vive pregando peças na intuição humana.