CAPITULO 12
DESPERDICIO

 

1

RECEITA FEDERAL DOS EUA TENTA NOVAMENTE SE MODERNIZAR

Tampa Tribune, 26-mai-97

 

O IRS (Internal Revenue Service - Receita Federal Americana) tenta novamente modernizar seu obsoleto sistema de computação, após o Departamento do Tesouro dos EUA ter, no ano passado, colocado um basta no programa de Modernização dos Sistemas de Tributação, orçado em US$ 3,3 bilhões e previsto para ser realizado em 10 anos, por ter sido considerado um fracasso.

 

O IRS admitiu ter desperdiçado US$ 400 milhões na última década nesse programa fracassado. O novo plano, que não estará em prática antes de outubro de 1998, deverá custar centenas de milhões de dólares e poderá levar alguns anos para ser concluído.

 

"Não há dúvida, essa é a maior modernização em tecnologia a ser realizada no mundo em todos os tempos", disse um assistente da equipe responsável por tecnologia. Desta vez, a Receita Federal pretende contratar uma empresa privada para ajudá-la a desenvolver um sistema de informações para o "mundo real" que permita sua implantação em módulos, em vez de repetir o erro de deixar que os funcionários do governo desenvolvam sistemas não adequados à realidade.

 

 

RECEITA FEDERAL DOS EUA VAI CANCELAR CONSULTORIA

United Press Int, 26-dez-2003

 

O projeto para substituir os antigos computadores da Receita Federal dos EUA (Internal Revenue Service, IRS) está tão atrasado que eles pretendem cancelar o contrato de consultoria. O projeto tem se arrastado por cinco anos, com o New York Times relatando que se espera ter gastado US$ 8 bilhões quando pronto, e que já foi gasto US$ 1 bilhão. Além do mais, está 40% acima do orçamento inicial. O jornal The Times observou que a maioria dos contribuintes é mais jovem do que os computadores da Receita Federal.

 

O IRS diz que ainda consegue processar as devoluções do IR, mas sua dependência do Cobol e do Assembly dos anos 60 torna difícil resolver os problemas dos contribuintes. "Este não é um caso isolado", disse Larry Levitan, chefe do IRS. "Todos os grandes projetos em andamento têm sofrido significativos atrasos no cronograma e estouro no orçamento, não em dois ou três projetos em cinco, mas em cinco projetos em cinco. O que temos aqui é um acompanhamento de cinco anos, onde há absoluta consistência no que se refere a atrasos e estouros de orçamentos".

 

ATUALIZAÇÕES

  Mais de US$ 80 milhões de desperdicio com a Informática
Washington, 17-jun-2004
http://www.internetnews.com/infra/article.php/3370131

Um Fundo para ajudar as bibliotecas e escolas americanas a se conectarem à Internet, obtido com um imposto sobre as contas telefônicas (E-Rate) já desperdiçou US$ 23 milhões com a compra de computadores que não chegaram a ser usados, e US$ 58 milhões com redes praticamente paradas. O governo (FCC) também detectou fraudes nas compras, em Porto Rico (possessão americana). O E-Rate, criado em 1997, já tirou US$ 2.3 bilhões dos consumidores.

 

Epson sofre processo por bloqueio prematuro de tinta

IDG Now
Wendy Brewer - PC Advisor, Reino Unido
Quarta-feira, 29 de Outubro de 2003

Na última sexta-feira (24/10), um grupo de consumidores norte-americanos entrou com uma ação judicial no Estado do Texas (EUA), acusando a Epson de utilizar uma tecnologia para obstruir a tinta dos cartuchos, de maneira prematura. Segundo os usuários, o objetivo seria fazer com que os consumidores passem a comprar novos cartuchos, mesmo havendo uma quantidade considerável de tinta no cartucho.

Questionados pela PC Advisor sobre os seus controversos smart chips, os fabricantes Lexmark International e Epson alegaram que os chips existem para simplificar o uso de impressoras e não para reprimir o mercado de cartuchos remanufaturados. Ambas acrescentaram que o chip permite que o usuário possa monitorar a quantidade de tinta na impressora e acrescentaram que o bloqueio de tinta visa prevenir possíveis danos à máquina.

Apesar disso, um estudo publicado pela Consumers Association trouxe à tona fortes evidências de que os cartuchos teriam condição de imprimir, com boa qualidade, entre 17% e 38% páginas a mais. Com o mecanismo de regulagem, o estudo verificou avisos prematuros de baixa quantidade de tinta nas impressoras Canon, Hewlett-Packard, Lexmark, além da própria Epson, que está sendo alvo de processo judicial.

Um porta-voz da Epson nos Estados Unidos declarou ao site PCWorld.com que a ação ‘não tem fundamento’, alegando que não podia comentar o caso.

Caso a empreitada contra a Epson surta resultado favorável aos consumidores norte-americanos, fabricantes de impressoras poderão sofrer uma enxurrada de ações similares em toda a Europa.

  FBI'S NEW COMPUTER SYSTEM ALREADY OLD
Reuters, 13 January 2005

A complete overhaul of the FBI's computer system following the September 11 attacks may prove to have been wasted effort, according to the agency. Criticism was leveled at intelligence agencies following the attacks of September 11, with some arguing that, had information been freely shared among the agencies, the attacks might have been prevented. The FBI undertook to replace all of its systems at one time, which agency officials said was the wrong approach. One official compared the initiative to "changing wheels on a car that is going at 70 miles per hour." Such an overhaul, he said, should be done in stages. Critics faulted the old system for being largely paper-based, preventing agents in the field from accessing needed information or from filing reports electronically. An application called Virtual Case File was supposed to fix many of those problems, but after numerous delays, the software that was finally delivered last month is largely unusable.

  Empresas estão de olho no uso da internet

Agência Estado, quinta-feira, 23 de setembro de 2004.
http://www.estadao.com.br/tecnologia/internet/2004/set/23/94.htm

São Paulo - A internet já se tornou indispensável no dia-a-dia das empresas, mas seu uso indevido ainda gera algumas preocupações. De olho no que os funcionários estão fazendo durante o horário de trabalho, um número cada vez maior de companhias está adotando sistemas para monitorar o uso da rede mundial de computadores. O controle se aplica não somente aos sites acessados, mas também ao conteúdo das páginas, às palavras contidas em mensagens de e-mail e à forma de utilização dos sistemas de mensagem instantânea. A idéia de monitorar e controlar tudo o que os funcionários fazem com o computador pode parecer um pouco exagerada, mas empresas especializadas nessa área defendem que os benefícios são significativos.

De acordo com um levantamento realizado pelo grupo de pesquisas IDC, entre 30% e 40% do uso da web no ambiente corporativo não tem qualquer relação com o trabalho. Na visão da Websense, líder mundial em gerenciamento de conteúdo seguro (SCM na sigla em inglês), o resultado pode ser a perda de produtividade ou o aumento da exposição à instalação de aplicativos ilegais no ambiente corporativo.

A empresa, que controla 24,2% desse mercado em todo o mundo, segundo o IDC, afirma ainda que, dependendo das páginas visitadas pelos funcionários, a estrutura corporativa fica mais sujeita a ataques de vírus e hackers. Em alguns casos, a companhia pode inclusive ser utilizada para a realização de ataques a terceiros. Para completar, tráfego na rede para atividades desvinculadas do trabalho pode resultar em um consumo excessivo da banda, prejudicando a performance da rede corporativa.

Mas o diretor de Vendas e Marketing da Websense para a América Latina, Adauto de Mello Junior, afirma que não se trata buscar justificativas para a punição dos funcionários. Segundo ele, esse tipo de ferramenta serve principalmente para a prevenção de problemas. "Não se trata de dizer o que é certo ou errado no ambiente corporativo. O objetivo é evitar que o uso pessoal da internet traga conseqüências negativas para a empresa", afirma.

Segundo Mello, a forma como os funcionários utilizam a internet nem sempre condiz com a política corporativa, ultrapassando inclusive barreiras legais. Citando uma pesquisa realizada pela Harris Interactive com 500 funcionários e 350 gerentes de TI, a Websense afirma que somente 2% dos funcionários admitem acessar ferramentas de hacking online durante o horário de trabalho. No entanto, 34% dos gerentes já detectaram a instalação desse tipo de aplicativo nas máquinas da companhia.

No que se refere ao download de arquivos pesados, 21% dos funcionários dizem utilizar ferramentas de streaming, que permitem assistir a vídeos e ouvir rádio pelo computador. Gerentes de TI, por sua vez, calculam que 10% do espaço total de disco da empresa são utilizados para armazenar arquivos que não estão relacionados ao trabalho, como MP3, fotos e filmes. "Este espaço de disco pode fazer a diferença na otimização de uma rede", explica Mello.

Quando o assunto é o conteúdo visitado pelos funcionários, os sites mais populares são os de notícias (84%), viagem (64%), e-mails pessoais (56%), compras (55%) e bancos (53%). No entanto, 22% dos funcionários do sexo masculino e 12% do sexo feminino dizem já ter acessado conteúdo pornográfico no ambiente de trabalho, apesar de uma parcela significativa afirmar que a ação não foi intencional.

De acordo com Mello, informações desse tipo podem servir de base para tirar melhor proveito da força de trabalho. Dados como a freqüência com que sites de emprego são acessados pelos funcionários permitem, por exemplo, a elaboração de novas políticas de recursos humanos. "Alguns dos nossos clientes não aplicam restrições ao uso da internet. Mesmo assim, eles utilizam essa ferramenta para desenhar sua política corporativa", acrescenta Mello.

O custo envolvido na implantação de um sistema como esse varia de acordo com o número de funcionários. No caso da Websense, por exemplo, o preço do módulo básico é de US$ 15 mil para 1.000 empregados, incluindo funcionalidades como a atualização da base de dados, a emissão de relatórios e a atualização do software. Além disso, existe a possibilidade de contratar serviços adicionais como monitoração de categorias específicas ou gerenciamento de aplicativos utilizados nas estações de trabalho.

Apesar de ressaltar que nem sempre é possível medir todos os benefícios, Mello afirma que os investimentos são compensados em um período máximo de dois meses. "É difícil medir exatamente os retornos de produtividade e melhoria do funcionamento da máquina corporativa. Mas somente o consumo de banda, por exemplo, pode ser reduzido em 30%", afirma.